
Entidades negra na luta social
Salvador capital com 80 % da população de origem africana.
Os blocos afros são verdadeiras armas políticas contra exclusão social em nosso país. Há mais de três décadas essas instituições funcionam como um pólo irradiador de lutas conta o preconceito e desrespeito a comunidade negra de salvador. O grupo Olodum mesmo sendo bloco carnavalesco tem preocupação com o cunho social. A banda mirim olodum e a escola criativa têm como principal epicentro integrar crianças e adolescentes que passam por riscos sociais. Salvador é uma capital com 80 % da população de origem africana. Aqui a arte e a cultura é forte e importante fonte de geração de renda através do turismo, contribuindo para construção da identidade nacional e preservação cultura baiana, e através da dramatização, da música, da dança são formas de combater comportamentos racistas e opressivos em nossa sociedade.
Em média, a Escola Olodum tem quatro turmas, duas pela manhã e duas à tarde a fornecendo cursos, como aulas de dança, percussão,canto e informática totalizando 80 alunos em cada turma. No momento da inscrição os beneficiados têm que comprovar que são oriundos de escola publica, para posteriormente passarem por um processo avaliativo. “O mercado de trabalho hoje exige o curso de informática, o fato de o curso ser gratuito é muito importante porque diminui as despesas de casa”. Diz o estudante Willian Silva de Souza Ferreira, de 13 anos participante do curso profissionalizante de informática realizado as terças e sextas, com duração de 3horas aula,durante o período de um ano, o aluno também participa do curso Profissionalizante de Informática, Willian sonha em um dia esta inserido no mercado de trabalho.
Através de manifestações, seminários e cursos profissionalizantes estes blocos tentam amenizar as clivagens sociais.
A necessidade dos negros de terem elementos de luta contra a desigualdade social, é o princípio norteador da formação desses blocos. Os índices dos homicídios, roubos, analfabetismo, constatam a exclusão desse grupo étnico. O sentimento de revolta e de indignação se torna comuns nessas pessoas por se considerarem vítimas de uma ideologia etnocêntrica e eurocêntrica.
Em repúdio a esse etnocentrismo,em novembro de 1974, surgiu o bloco Ilê Aiyê alicerçado na idéia de união e luta pela preservação cultural africana. A escola mãe Hilda com pagamento de professores, material didático, uniforme das crianças e alimentação, são uma das formas de se combater as diferenças sociais. A escola comunitária possui atualmente 75 crianças estudando da alfabetização a 3° serie do 1° ciclo do ensino fundamental, distribuído nos dois turnos diurnos. Localizada na Senzala do Barro Preto, na Liberdade/Curuzu, onde se localiza o maior bairro de população negra do país, encontramos a escola mãe Hilda com duas áreas de lazer cobertas, 04 salas de aula com mais de 50m², refeitório, sala de direção, secretaria, sala dos professores, sanitários específicos, uma biblioteca com cerca de 100m². O processo de autorização do funcionamento da escola está tramitando na Secretaria de Educação do Estado. O Ilê ao adotar um projeto de expansão pedagógica desenvolve cursos profissionalizantes, como de informática e ajudante de cozinha. O movimento negro com esses projetos sociais tenta eufemizar os reflexos do capital.
O que se critica é a omissão do governo com a questão racial.”O comandante que estiver lá,vai ter que ouvir nossas reivindicações, senão estaremos levantando bandeiras contra ele,seja ele direita, esquerda ou centro’’, diz o secretário e diretor de eventos do bloco malê debalê Miguel arcanjo. Ainda com sentimento de indignação o diretor enfatiza,“ Não queremos governo dos negros, não queremos paternalismo, não queremos assistencialismo,queremos é justiça social’’.
De acordo com Nem Tatuagem, vocalista do bloco Muzenza, o bloco em 1991 realizava projetos sociais em parceria com o projeto axé. Devido à falta de apoio e patrocínio esses projetos foram interrompidos. O bloco este ano está com intuito de voltar a desenvolver projetos no bairro da Liberdade com cursos de informática, percussão e voz tentando contruir um meio de sociali.
O movimento negro apresenta como solução para esse antagonismo social, uma melhor distribuição de renda, maior acesso a educação e maiores oportunidades de emprego, assim,o Brasil ao invés de ser modelo de condições díspares de vida,será um representante legítimo de suas múltiplas experiências culturais.
Elton F S M Conceição